quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

para ninar o meu amor que se foi...


Quem Sabe

Los Hermanos

Composição: Rodrigo Amarante

Quem sabe o que é ter e perder alguém
Quem sabe o que é ter e perder alguém
Quem sabe o que é ter e perder alguém
Sente a dor que senti
Quem sabe o que é ver quem se quer partir
E não ter pra onde ir

Faz tanta falta o teu amor, te esperar...
Não sei viver sem te ter
Não dá mais pra ser assim

Quem sabe o que é ter sem querer pra si
Não quer ver outro em mim
Não fala do que eu deveria ser
Pra ser alguém mais feliz

Faz tanta falta o teu amor e te esperar... Não sei viver sem te ter
Não dá mais pra ser assim



Gustavo - 4 meses sem você -

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

V a z i o


O telefone já não toca como antes e nenhum sorriso é mais aconchegante. O vento quente no rosto te trás memórias antigas gravadas num disco de vinil. O único cheiro que reveste o ambiente é o cheiro de chuva. O gosto amargo ainda está na minha boca e já não me resta nenhuma sensação boa.

Acabei me enrolando em novelos de lã e passei o resto da tarde desatando todos os nós que você deixou na minha garganta. A dor maior está no coração, e eu sinto cada centímetro do meu corpo tremer. Minha cabeça dói e meus olhos não sabem em qual direção ver, está nublado demais em volta de todos. E aquele sorriso que eu deixei guardado em você com a desculpa de pegar depois, já não estava mais lá, você perdeu meu sorriso... Você perdeu o dom de me fazer sorrir.

E eu me sinto tão perdida, eu já não sei por qual caminho seguir, eu já não tenho mas nenhum ombro pra apoiar meu rosto. E vou seguindo por essa trilha quase apagada, eu me sinto totalmente anestesiada... Eu já não tenho motivações pra me fazer levantar a cada manhã, eu já não tenho mais tanta vontade assim de respirar e eu vou levando o que ainda dar pra levar.

Eu mal consigo lembrar o sonho que tive na noite anterior, eu mal consigo falar sem ter uma vontade atordoante de chorar. E minha cabeça parece um carrossel de dúvidas, eu me sinto impotente diante de tudo que está me destruindo aos poucos, eu me sinto mal por não ter mais um pensamento sequer que me recomponha, que me faça levantar e sorrir.

É tão difícil para mim. Está tão difícil resistir, querer continuar, eu já me sinto sem forças. E a cada momento eu me vejo aqui e ali, sem ponto fixo. Pessoas me vêem de uma forma inusitada, a minha parte incompleta sempre permanece vazia.

sábado, 18 de dezembro de 2010

"Mas não olhe para trás com raiva" - Ouvi você dizer



Eu caminhei por quase 1 hora seguida sem olhar para trás.

Por 60 minutos eu não escutei som nenhum, buzinas de carros não me alertavam, pessoas me encarando não me intimidavam e as cores desse dia tão triste estavam embaçadas pelas lagrimas que escorriam dos meus olhos. Você acabou comigo naquele dia.

Eu implorei seus últimos minutos como um mendigo implora o último pedaço de pão. O mendigo tem fome de pão, eu tenho fome de você. Eu precisei de você.

Sentir-me sozinha já está virando uma rotina cotidiana e pensar na nossa estória já é tão natural como piscar os olhos, eu nem percebo mais, e quando vejo já estou pensando.

Acabei contando a nossa estória para um desconhecido que encontrei no meio do nada, e ele se emocionou. Com palavras aconchegantes ele me consolou.

E me disse que nada nesse mundo é capaz de impedir um grande amor...

E eu vou levando...

E eu vou vivendo...

Só foi o sonho que acabou, a força continua pra erguer a cabeça e seguir em frente.



Oasis - Don't Look In Anger

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O preço que se paga às vezes é alto demais ...



"sempre em frente" foi o conselho que ela me deu


É assim que a vida segue seu curso. Entre altos e baixos eu vi meu mundo ir ao ápice da felicidade e em segundos desmoronar. Eu tive que esconder o rosto do mundo só para que ninguém me visse chorar. E a maior dificuldade foi me manter viva enquanto o que ele, ela e eu mais queríamos era me ver morta.

Viver nunca foi fácil, e ninguém disse a nenhum de nós que seria fácil. Se quiser sofrer um dia permita-se amar alguém, que garanto a qualquer um de vocês que irão ter as melhores e as piores sensações da sua vida. Eu tive que lutar contra vários monstros, chutar várias pedras e derrotar meus maiores medos e ainda sim, não me considero totalmente curada do amor que eu me permiti sentir por um alguém que me completava em tudo.

Às vezes para alguém sorrir outra pessoa tem que chorar, e eu infelizmente fui a que chorou. Eu sempre joguei limpo, sempre falei o que eu pensava na lata, se eu não gostava nem encostava... Se eu simpatizava, eu ficava cega e me doava.

Eu não sei explicar bem o que eu estou sentindo agora, mais é estranho ver tudo aquilo que eu pedi para nunca mais ver na minha frente reaparecer assim. Eu não sou insensível, e tentar negar que nada disso me afetou seria mentir para mim mesma. Eu fiquei mal, e até quis ver com meus próprios olhos o que era pra ser meu estar em outras mãos. Eu senti o gosto amargo da derrota.

Eu sei muito bem que sou carta fora do baralho, e que é GAME OVER pra mim, então por estúpidos minutos me deu vontade de sumir. Eu estava seguindo minha vida. Estava vivendo meu dia de cada vez. Quando eu cheguei cansada em casa e a primeira noticia que eu tive foi da sua volta, mas quando eu liguei o rádio tocou justamente aquela canção, quando derrubei uma caixa cheia de trecos, caíram às várias lembranças espalhadas por todo chão.

E eu já nem sei se eu me esqueci de jogar no lixo ou se eu deixei ali com a desculpa de me desfazer depois. Talvez suas recordações sobre mim sejam vagas, provavelmente só restaram os julgamentos e a má fé que você criou ao meu respeito, e a plena consciência e obrigação de me odiar para sempre.

O fato é que mesmo você me odiando severamente, não tem um dia sequer que eu não pense em você.

E se você está ou não comigo já nem me importa tanto assim. Se mesmo depois de tudo que aconteceu é ela que te faz feliz, eu só posso sair em retirada e admitir que essa guerra eu perdi, que eu te perdi para sempre e você não pensa mais em mim.


***


O preço que se paga às vezes é alto demais
É alta madrugada, já é tarde demais
Pra pedir perdão...Pra fingir que não foi mal
Uma luz se apaga no prédio em frente ao meu
"sempre em frente" foi o conselho que ela me deu
Sem me avisar que iria ficar pra trás
E agora eu pago meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez

( o preço - Engenheiros do Hawaii )

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Existe uma luz no final do túnel?


Está um tempo tão bom lá fora, um friozinho gostoso como há muito tempo eu não havia sentido. E eu aqui sentindo a falta de um pezinho quente para me encostar. De repente entre meses de puro vazio, o turbilhão voltou a me incomodar. Eu já não sei bem se é bom ou ruim, mais o fato é que tudo que eu temia reencontrar de repente bate a minha porta pra me testar.

Eu nunca gostei de nada que me fizesse balançar ou querer voltar atrás. Eu sempre procurei de certa forma ser firme, ser concreta, ser direta... Mais fingir nunca foi o meu forte, e ficar retirando sorrisos de dentro do bolso já está virando uma rotina, uma triste rotina. E eu sinto que está cada vez mais próximo deles acabarem.

E quando meus sorrisos acabarem, o que eu irei dar ao mundo?

Eu me sinto meio sem sal, meio sem nada, meio largada, meio jogada, no meio de uma encruzilhada. É difícil demais ter que a todo momento dar satisfações das minhas ligeiras emoções. E ter que ouvir constantemente respostas dos falsos sábios que de nada me acrescentam.

Ela chora? - Ela é fraca.

Ela está triste? - Ela quer chamar a atenção.

Ela sorri? - Ela está rindo de alguém.

Ela se diverte? - Ela está bêbada, drogada...

O meu estado de espírito de certa forma nunca é válido para alguém, ou ele incomoda ou ele é simplesmente ignorado. A solidão de certa forma já é uma constante presença na minha vida. Chega a ser cômico de dizer, mais a solidão é a minha única companhia. Eu já até cheguei e me perguntei o porquê de me sentir tão sozinha.

Não há ninguém interessante na rua, nenhum sorriso cativante naquela mesa, ou será, que eu que não sou interessante e meu sorriso está cômodo demais ?

Eu não sei responder isso, eu não sei responder minhas próprias indagações. Por um momento eu vi em alguém uma pontinha de luz, eu comecei a ver nele um pequeno refugio. É tão bom ter com quem conversar, um alguém que não te veja apenas como um pedaço de carne exposto. Era assim a imagem que eu tinha dessa pontinha de luz. Mais eu não sei se foi a festa que acabou, a música falhou e a bebida estava quente, pois a minha pontinha de luz se apagou.

Talvez eu me excedi, me empolguei... Depois de tanta resistência da minha parte, de tantas barreiras que eu coloquei, eu acho que eu acabei virando um troféu, e me ter seria um prêmio legal para ficar na estante dele. Eu fui além, e entreguei o que ele tanto queria. E a pontinha de luz também me machucou.

O certo é que dessa festa toda eu fui à única que dançou. Nós temos que dar aos outros pequenas porções de nós mesmos. Se nos dermos por inteiro, sempre sobra uma parte, sempre tem o desperdício. E no momento eu me sinto inteiramente desperdiçada.

De tanto viver na solidão eu acho que estou tendo uma overdose. Solidão é quem nem uma droga, ela te vicia, ela te amargura e aos poucos te mata. E eu não sei o qual é o pior, se é o medo de se envolver ou a falta de capacidade de levar algo pra frente.E desse refugio, dessa pontinha de luz a escuridão foi o que sobrou.