sábado, 30 de abril de 2011

s o l i d ã o .


Sentir-se só é tão constante, fantasiar uma vida com aquele cara que te roubou um beijo no último final de semana e hoje mal olha para você é uma historia velha e cansativa, e você sabe que seus amigos não suportam mais ouvir seus dramas baratos.

Sentar-se sozinha numa mesa de um bar, ter por companhia moscas e músicas bregas nunca fez parte da sua realidade e hoje foi somente isso que te restou... E você olha pra cada canto da rua esperando alguém que te conheça ou queira te conhecer chegar, sentar-se e te perguntar como você está. Um minuto de atenção, é somente o que você precisa nesse momento fúnebre.

Quem te entendia tão bem e compreendia cada passo seu já não se encontra mais entre nos. E é difícil pra você assimilar tudo. Achar culpas e culpados pra toda essa situação não tem sentido, você se sente dona dos seus erros e dos erros dos outros, e acaba se culpando pra justificar ausências e promessas quebradas.

É inevitável ficar olhando seu celular a cada segundo esperando uma ligação, somente uma ligação que faça seu dia valer à pena. E ver a felicidade das pessoas estampadas em fotos te faz achar q sua companhia talvez não seja tão indispensável assim.

O mundo parece um filme antigo de terror. Você se sente forçada a ir a lugares e deseja baixinho que tudo isso acabe. Parece que as pessoas sentem pena de você e acham que você está carente e que precisa de alguém. E é quando começam a fazer um tipo certo para você se envolver e ninguém se importa com o que você acha ou sente. Você é forçada a se adaptar e agradar.

Sua paciência já não é como antes. Você estoura, você agride, você grita intimamente um pedido de socorro que ninguém ouve, ou pelo menos fingem não ouvir. E então todos encontram a desculpa perfeita para fugir de você, afinal ninguém quer um problema.

E a solidão bateu a tua porta. Você deixou-a entrar, e agora ela não quer ir embora... Só te restou à companhia dos livros, das suas músicas preferidas e algumas velhas e boas recordações, e talvez um mundinho imaginário que ninguém consiga compreender, só você.