terça-feira, 30 de novembro de 2010

eu perguntei pro chão...


Eu passei por aquela rua que eu costumava ficar horas com você... E foi estranho ver aquela mesma calçada vazia. Por segundos eu tive a impressão de te ver sentado com aquela blusa vermelha de listras brancas segurando teu violão, eu podia ir mais além as minhas impressões e dizer que você olhou para mim e sorriu. Eu fiquei meio tonta e sem cor, sacudi minha cabeça e percebi que foi apenas minha impressão, você não estava ali e a calçada da tua rua estava vazia.

Eu não resisti, eu tive que parar e ficar observando quem que estava morando ali. Mais nada era como antes, a casa me pareceu vazia e as plantinhas do canteiro estavam todas mortas, talvez porque você era a vida dali. E desde que você se foi, parece que tudo foi com você.

Eu podia garantir que não escutei nenhum passarinho cantando e que alguma coisa entrou na frente do sol que já estava quase se pondo, era de tardezinha, a mesma hora de sempre. Eu fiquei meio perdida entre as ruas, eu fui sozinha, eu precisava disso...

Eu sentei na tua calçada e chorei.

Eu me senti tão só, tão deslocada... Onde eu estava sentada já havia sido palco de tantos momentos felizes, protagonizados por tantas pessoas... Por um momento eu senti vontade de colocar o meu ouvido no chão e esperar que ele me contasse algo e me fizesse lembrar de tudo que cada grão de terra ouviu e viu dos nossos tempos antigos, de quando você estava aqui entre nós, de quando nada mais importava.

Eu perguntei pro chão se você ia voltar e ele não respondeu, mas já estava na minha hora, me levantei e fui embora. Ainda te procurei mesmo sabendo que não ia te achar. Não sei por que mais ainda tenho esperanças de você me ligar e me dizer que tudo foi um susto, que você está vivo e que vai passar aqui pra me pegar e que vamos sair por esse mundão sem horas pra chegar.

2 meses sem você



Fico Assim Sem Você

Adriana Calcanhotto

Composição: Abdullah / Cacá Moraes

Avião sem asa, fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola,
Piu-Piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
vão poder falar por mim

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço,
Namoro sem amasso
Sou eu assim sem você

Tô louca pra te ver chegar
Tô louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas
Pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
vão poder falar por mim

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo


** Dia 28 de novembro fez 2 meses **

terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Um desabafo para guardar em um porta - jóias"


Sabe, são engraçados esses lances da vida. A gente tem a certeza que quer algo e que quer aquilo para sempre na nossa vida, até achar algo mais interessante (ou não) e mudar de opinião sem remorso algum.

Quantas amizades eternas nós tivemos? Quantos amores de verdades nós acreditamos ter amado? E quantas cores, objetos, canções, comidas... Nós tínhamos orgulho de dizer “é o meu preferido”... Várias! Não da pra contar nos dedos.

As pessoas são assim, pelo menos a maioria. Mudamos de opinião o tempo todo, queremos sempre mais, o melhor, o mais desejado... Não seria maldade do ser humano desistir de algo e buscar algo novo; às vezes até gostamos de verdade, mais não correspondendo nossas expectativas, desistimos.

Todos nós já sofremos por amor, já nos decepcionamos com alguém, sentimos uma tremenda dor, tamanha dor que chegava a ser pior que a morte. Ou morrer, desejamos morrer por alguém. Se você nunca sentiu algo parecido, com certeza nunca amou, nunca se apaixonou... Não intensamente!

Ser deixada pra trás é ruim. Aquela sensação de falta de memória faz a gente se sentir pior, um simples pensamento de: “será se eu não fui especial?”, “será se ele ainda pensa em mim?”, nos tortura, é como se nos amarassem em uma cama e tivesse uma torneira pingando consecutivamente na nossa testa, no começo a gente até acha engraçado a situação, mas com o decorrer do tempo aquele pingo vai se transformando num prego que todo dia é enfiado na nossa cabeça.

Abandonar o navio em pleno naufrágio não seria uma covardia, seria uma boa defesa; Às vezes precisamos saber a hora certa de pular de uma situação pra outra. Deixar algo para trás é tão difícil como ser deixada, às vezes até mais. Da mesma maneira que depositamos sonhos em alguém, são depositados sonhos em nós, e decepcionar é tão doloroso como ser decepcionado. Mais temos que saber a hora certa de montar no cavalo e guiá-lo, pegar as rédeas da situação. Se tudo aquilo que você planejava não tem futuro, não tem lógica ou se até mesmo começa a surgir certas dúvidas, não se tem porque continuar. Pule do barco antes dele afundar, mais sempre tenha a certeza de que você sabe nadar sozinho, porque se não você vai afundar junto com o barco, ai já não se tem nada a fazer.

E se arrepender de ter tomado uma decisão é péssimo, e voltar atrás nem sempre vai te trazer de volta aquilo que você decidiu deixar para trás. Nesse momento surgem as culpas e os culpados, e nasce o rancor.

O rancor é um dos piores sentimentos humanos, na minha opinião ele é o pai do ódio e da vingança, porque é o rancor que não te deixa ser livre, é ele que te acorda no meio da noite pra te ensinar a usar todo o mal que você tem dentro de você. É o rancor que te acorrenta a tudo aquilo que você quer se livrar.

Um ponto final também pode ser visto como um ponto de partida, um recomeço, uma nova chance... Nem sempre deixar algo pra trás significa que esquecemos e que não valeu a pena ou que é insignificante. Pode não ter dado certo naquele momento, pode ser que nem der certo nessa vida... Mais uma boa recordação no coração é como se fosse um pedacinho de ouro em um porta jóias, e embora o caminho tenha duas curvas não da pra dizer que tudo que sentimos e que gostamos foi em vão .

terça-feira, 9 de novembro de 2010

e s p e r a n ç a s . . .




Se eu coloquei distâncias entre nós é porque no fundo eu tinha esperança de você quebrar todas...

Se eu coloquei um rio entre nós é porque sinceramente eu tive esperanças de você nadar e me salvar...

As vezes eu me sinto como se eu me afogasse nos meus próprios medos, é como se eu criasse barreiras pra me proteger, seria como um escudo natural pra me defender de você e de tudo que você está disposto a me fazer sentir.

Eu tive esperanças sim, de tudo entre nós dar certo. Um dia quem sabe. Você parecia tão disposto a encarar meus medos e fazer tudo valer a pena, mas agora que você mudou eu parei pra pensar que você não estivesse tão afim...não como eu achava que estivesse.

É... Se enganar faz parte da vida. Mentir já está virando uma rotina, e a dificuldade aparece quando nos encontramos sozinhas. Aquela luzinha lá do fim do túnel não está mais acesa.

Alguém apagou ou esqueceram de pagar a conta, de acertar a nossa conta. Então resta ligar o radinho de pilha e torcer pra tocar a nossa canção. E se a canção não tocar eu ainda consigo lembrar do último refrão que dizia: ... Meu coração vai te mostrar, que esse amor não precisa esperar...