quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Existe uma luz no final do túnel?


Está um tempo tão bom lá fora, um friozinho gostoso como há muito tempo eu não havia sentido. E eu aqui sentindo a falta de um pezinho quente para me encostar. De repente entre meses de puro vazio, o turbilhão voltou a me incomodar. Eu já não sei bem se é bom ou ruim, mais o fato é que tudo que eu temia reencontrar de repente bate a minha porta pra me testar.

Eu nunca gostei de nada que me fizesse balançar ou querer voltar atrás. Eu sempre procurei de certa forma ser firme, ser concreta, ser direta... Mais fingir nunca foi o meu forte, e ficar retirando sorrisos de dentro do bolso já está virando uma rotina, uma triste rotina. E eu sinto que está cada vez mais próximo deles acabarem.

E quando meus sorrisos acabarem, o que eu irei dar ao mundo?

Eu me sinto meio sem sal, meio sem nada, meio largada, meio jogada, no meio de uma encruzilhada. É difícil demais ter que a todo momento dar satisfações das minhas ligeiras emoções. E ter que ouvir constantemente respostas dos falsos sábios que de nada me acrescentam.

Ela chora? - Ela é fraca.

Ela está triste? - Ela quer chamar a atenção.

Ela sorri? - Ela está rindo de alguém.

Ela se diverte? - Ela está bêbada, drogada...

O meu estado de espírito de certa forma nunca é válido para alguém, ou ele incomoda ou ele é simplesmente ignorado. A solidão de certa forma já é uma constante presença na minha vida. Chega a ser cômico de dizer, mais a solidão é a minha única companhia. Eu já até cheguei e me perguntei o porquê de me sentir tão sozinha.

Não há ninguém interessante na rua, nenhum sorriso cativante naquela mesa, ou será, que eu que não sou interessante e meu sorriso está cômodo demais ?

Eu não sei responder isso, eu não sei responder minhas próprias indagações. Por um momento eu vi em alguém uma pontinha de luz, eu comecei a ver nele um pequeno refugio. É tão bom ter com quem conversar, um alguém que não te veja apenas como um pedaço de carne exposto. Era assim a imagem que eu tinha dessa pontinha de luz. Mais eu não sei se foi a festa que acabou, a música falhou e a bebida estava quente, pois a minha pontinha de luz se apagou.

Talvez eu me excedi, me empolguei... Depois de tanta resistência da minha parte, de tantas barreiras que eu coloquei, eu acho que eu acabei virando um troféu, e me ter seria um prêmio legal para ficar na estante dele. Eu fui além, e entreguei o que ele tanto queria. E a pontinha de luz também me machucou.

O certo é que dessa festa toda eu fui à única que dançou. Nós temos que dar aos outros pequenas porções de nós mesmos. Se nos dermos por inteiro, sempre sobra uma parte, sempre tem o desperdício. E no momento eu me sinto inteiramente desperdiçada.

De tanto viver na solidão eu acho que estou tendo uma overdose. Solidão é quem nem uma droga, ela te vicia, ela te amargura e aos poucos te mata. E eu não sei o qual é o pior, se é o medo de se envolver ou a falta de capacidade de levar algo pra frente.E desse refugio, dessa pontinha de luz a escuridão foi o que sobrou.

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